Por onde andam
Passados cinco anos do escândalo do mensalão, os políticos que protagonizaram a crise mantêm influência no cenário político e na vida de seus partidos
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
Marcos Valério
Publicitário que operava o esquema
Vive em BH, onde mantém um escritório de "consultoria e assessoria empresarial". Em 2008, foi preso preventivamente pela PF. A acusação nada teve a ver com o mensalão. Ficou oh dias preso sob suspeita de ter "encomendado" um inquérito policial para desmoralizar fiscais tributários que multaram uma cervejaria. Deixou a publicidade de lado. As empresas que dirigia encerraram suas atividades. Seu patrimônio e suas contas estão bloqueados pela Justiça.
Delúbio Soares
Tesoureiro nacional do PT
Afastado da estrutura do PT, é usuário do Twitter, onde posta mensagens de apoio a Lula e Dilma. Em maio, teve os direitos políticos cassados e foi condenado a devolver R$ 167 mil por salários que recebeu sem dar aulas de 1994 a 2005, por ter sido colocado à disposição para atuar no sindicato-vai recorrer. Vive entre Goiânia e SP, onde ocupa apartamento cedido pela sogra. Tem atuado como assessor da CUT e toca uma pequena imobiliária. Diz ser "um homem sem mágoas".
José Dirceu
Ministro-chefe da Casa Civil
Passou a atuar como consultor ao mesmo tempo em que ocupa cargo no Diretório Nacional do PT.Não informa seus clientes. A imprensa revelou alguns: Eike Batista, Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, e Nelson dos Santos, interessado na reativação da estatal Telebrás. Recebeu de Santos ao menos R$ 620 e mil em prestações mensais. Sobre os últimos 5 anos: "Anos duros, de luta, de defesa de minha biografia e imagem,mas bons para o Brasil e o PT".
Roberto Jefferson
Autor da denúncia
Presidente do PTB (salário de R$ 14,5 mil), diz correr o país "organizando o partido". Estima voar 300 mil milhas por ano. Tem aulas de canto desde 2004 e deverá lançar o primeiro CD em breve. Em inglês, trará standards internacionais, como "My Way". Escreveu um livro sobre sua carreira e o escândalo, "Nervos de Aço", que vendeu 2,000 exemplares."Não me arrependo de nada. O Lula me deve um jantar. Hoje ele é grande porque o livrei da patota do Dirceu".
José Genoino
Presidente do PT, avalizou empréstimos usados no esquema
Deputado e membro do Diretório Nacional do PT. Foi o relator das MPs que trataram da crise econômica de 2008 e é autor de projetos de lei sobre união estável de pessoas do mesmo sexo e do aborto. Recebeu, em 2006, indenização de R$ 100 mil pela Lei da Anistia (participou da guerrilha do Araguaia). "[O escândalo] foi um ataque injusto de setores da mídia e do Ministério Público, em que eu fui acusado não pelo que eu fiz, mas pelo que eu era".
Silvio Pereira
Secretário-geral do PT nacional
Afastado da estrutura partidária, passou a ajudar no restaurante da família, em Osasco (SP)-fez cursos de culinária. Aceitou proposta do Ministério Público e fez acordo na Justiça Federal: serviços na subprefeitura do Butantã em troca da suspensão da acusação no processo do mensalão. Começou na limpeza e,depois, foi para a área administrativa. O "período de prova" de três anos - em que não poderia ser acusado de nenhum crime-deve vencer nos próximos dias, o que levará à exclusão de seu nome de qualquer acusação.
João Cláudio de Carvalho Genu
Funcionário do PP, um dos principais sacadores do mensalão
Em 28 de janeiro de 2009, Genu foi demitido do Ministério da Agricultura, sob suspeita de "improbidade administrativa caracterizada por enriquecimento ilícito e prestação de consultoria remunerada a empresa privada", como anunciou a CGU. Genu era investigado administrativamente desde 2005. Seu advogado não quis fazer nenhum comentário sobre a vida atual de Genu.
Duda Mendonça
Publicitário da campanha de Lula, admitiu ter recebido, nas Bahamas, dinheiro de caixa dois
Os contratos que sua empresa mantinha como governo despencaram de RfUhmi, em [ddT, para R$ 63 mi em 2004. Contudo, chegaram a R$ 9,5 mi em 2007. No auge da crise, disse que se afastaria de campanhas. Em 2008 venceu contrato de publicidade para o Metrô de SP, que depois foi alvo de suspeitas. Em 2010 é citado como atuante nas campanhas de Roseana Sarney (PMDB), no MA, e de Lindberg Farias (PT), no RJ.
Fernanda Karina Somaggio
Ex-secretária de Valério, fez denúncias sobre o valerioduto
Vive e trabalha em SP, onde atua numa empresa de publicidade. No auge do escândalo, foi assediada pela revista "Playboy" e pediu R$ 2 mi para posar nua-o contrato não foi fechado. Em 2003, aos 33, se lançou a deputada federal pelo PMDB. Declarou, na época da candidatura, zero de patrimônio pessoal. Ela recebeu 2.307 votos -459ª mais votada no Estado de SP.
Maurício Marinho
Funcionário dos Correios, cujo flagrante de propina deu origem ao escândalo
Por influência dos advogados que conheceu no auge do escândalo, passou a freqüentar uma igreja evangélica, a Cristo É Vida. Em 2006, disse que a igreja evitou que cometesse suicídio. Em 2007, ao final de uma sindicância administrativa, foi demitido por justa causa dos Correios. Tentou uma readmissão, mas o Tribunal Regional do Trabalho negou-a. Ele segue morando em Brasília.
Antonio Fernando Souza
Procurador-geral da República
Deixou o Ministério Público Federal em outubro do ano passado, quando decidiu se aposentar. Hoje, é sócio de seus filhos em escritório de advocacia com sede em Brasília. Discreto, Antonio Fernando evita o contato com a imprensa. Ele não advoga no Supremo nem no TSE, onde atuou por quatro anos como procurador-geral. A Folha o procurou durante essa semana, mas não obteve resposta.
Publicitário que operava o esquema
Vive em BH, onde mantém um escritório de "consultoria e assessoria empresarial". Em 2008, foi preso preventivamente pela PF. A acusação nada teve a ver com o mensalão. Ficou oh dias preso sob suspeita de ter "encomendado" um inquérito policial para desmoralizar fiscais tributários que multaram uma cervejaria. Deixou a publicidade de lado. As empresas que dirigia encerraram suas atividades. Seu patrimônio e suas contas estão bloqueados pela Justiça.
Delúbio Soares
Tesoureiro nacional do PT
Afastado da estrutura do PT, é usuário do Twitter, onde posta mensagens de apoio a Lula e Dilma. Em maio, teve os direitos políticos cassados e foi condenado a devolver R$ 167 mil por salários que recebeu sem dar aulas de 1994 a 2005, por ter sido colocado à disposição para atuar no sindicato-vai recorrer. Vive entre Goiânia e SP, onde ocupa apartamento cedido pela sogra. Tem atuado como assessor da CUT e toca uma pequena imobiliária. Diz ser "um homem sem mágoas".
José Dirceu
Ministro-chefe da Casa Civil
Passou a atuar como consultor ao mesmo tempo em que ocupa cargo no Diretório Nacional do PT.Não informa seus clientes. A imprensa revelou alguns: Eike Batista, Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, e Nelson dos Santos, interessado na reativação da estatal Telebrás. Recebeu de Santos ao menos R$ 620 e mil em prestações mensais. Sobre os últimos 5 anos: "Anos duros, de luta, de defesa de minha biografia e imagem,mas bons para o Brasil e o PT".
Roberto Jefferson
Autor da denúncia
Presidente do PTB (salário de R$ 14,5 mil), diz correr o país "organizando o partido". Estima voar 300 mil milhas por ano. Tem aulas de canto desde 2004 e deverá lançar o primeiro CD em breve. Em inglês, trará standards internacionais, como "My Way". Escreveu um livro sobre sua carreira e o escândalo, "Nervos de Aço", que vendeu 2,000 exemplares."Não me arrependo de nada. O Lula me deve um jantar. Hoje ele é grande porque o livrei da patota do Dirceu".
José Genoino
Presidente do PT, avalizou empréstimos usados no esquema
Deputado e membro do Diretório Nacional do PT. Foi o relator das MPs que trataram da crise econômica de 2008 e é autor de projetos de lei sobre união estável de pessoas do mesmo sexo e do aborto. Recebeu, em 2006, indenização de R$ 100 mil pela Lei da Anistia (participou da guerrilha do Araguaia). "[O escândalo] foi um ataque injusto de setores da mídia e do Ministério Público, em que eu fui acusado não pelo que eu fiz, mas pelo que eu era".
Silvio Pereira
Secretário-geral do PT nacional
Afastado da estrutura partidária, passou a ajudar no restaurante da família, em Osasco (SP)-fez cursos de culinária. Aceitou proposta do Ministério Público e fez acordo na Justiça Federal: serviços na subprefeitura do Butantã em troca da suspensão da acusação no processo do mensalão. Começou na limpeza e,depois, foi para a área administrativa. O "período de prova" de três anos - em que não poderia ser acusado de nenhum crime-deve vencer nos próximos dias, o que levará à exclusão de seu nome de qualquer acusação.
João Cláudio de Carvalho Genu
Funcionário do PP, um dos principais sacadores do mensalão
Em 28 de janeiro de 2009, Genu foi demitido do Ministério da Agricultura, sob suspeita de "improbidade administrativa caracterizada por enriquecimento ilícito e prestação de consultoria remunerada a empresa privada", como anunciou a CGU. Genu era investigado administrativamente desde 2005. Seu advogado não quis fazer nenhum comentário sobre a vida atual de Genu.
Duda Mendonça
Publicitário da campanha de Lula, admitiu ter recebido, nas Bahamas, dinheiro de caixa dois
Os contratos que sua empresa mantinha como governo despencaram de RfUhmi, em [ddT, para R$ 63 mi em 2004. Contudo, chegaram a R$ 9,5 mi em 2007. No auge da crise, disse que se afastaria de campanhas. Em 2008 venceu contrato de publicidade para o Metrô de SP, que depois foi alvo de suspeitas. Em 2010 é citado como atuante nas campanhas de Roseana Sarney (PMDB), no MA, e de Lindberg Farias (PT), no RJ.
Fernanda Karina Somaggio
Ex-secretária de Valério, fez denúncias sobre o valerioduto
Vive e trabalha em SP, onde atua numa empresa de publicidade. No auge do escândalo, foi assediada pela revista "Playboy" e pediu R$ 2 mi para posar nua-o contrato não foi fechado. Em 2003, aos 33, se lançou a deputada federal pelo PMDB. Declarou, na época da candidatura, zero de patrimônio pessoal. Ela recebeu 2.307 votos -459ª mais votada no Estado de SP.
Maurício Marinho
Funcionário dos Correios, cujo flagrante de propina deu origem ao escândalo
Por influência dos advogados que conheceu no auge do escândalo, passou a freqüentar uma igreja evangélica, a Cristo É Vida. Em 2006, disse que a igreja evitou que cometesse suicídio. Em 2007, ao final de uma sindicância administrativa, foi demitido por justa causa dos Correios. Tentou uma readmissão, mas o Tribunal Regional do Trabalho negou-a. Ele segue morando em Brasília.
Antonio Fernando Souza
Procurador-geral da República
Deixou o Ministério Público Federal em outubro do ano passado, quando decidiu se aposentar. Hoje, é sócio de seus filhos em escritório de advocacia com sede em Brasília. Discreto, Antonio Fernando evita o contato com a imprensa. Ele não advoga no Supremo nem no TSE, onde atuou por quatro anos como procurador-geral. A Folha o procurou durante essa semana, mas não obteve resposta.
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